Entre as diversas histórias sobre a fundação da cidade de Jundiaí, escolhemos três para fazer o piloto do nosso podcast. A escolha deste tema marca o início da cidade, assim como deste projeto que visa a divulgação de histórias da nossa terra querida. Ouçam, comentem e nos deem feedbacks. Estamos abertos a sugestões!
TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO “Fundação de Jundiaí”
O ano é 1615. Chegava em um território até então considerado desconhecido um casal que fugia da Vila de São Paulo. Ela, Petronilha de Antunes. Ele, Rafael de Oliveira, mas vamos chama-lo de O Velho!
O Velho era bandeirante, ou seja, fazia expedições em busca de minas, além de caçar e escravizar índios.
Os bandeirantes consideravam que os índios deveriam trabalhar e contribuir para a construção da cidade, e que seus hábitos eram de vagabundos e arruaceiros. Essa caçada aos indígenas provocava muitos conflitos com os padres jesuítas, que seguiam as normas de Portugal.
Contudo, há quem diga que O Velho era diferente, apesar de ser bandeirante, não ultrapassava os limites. Vai saber…
Mas não foram as bandeiradas que incentivaram Petronilha e O Velho a fugirem, mas um assassinato!
Petronilha era casada com José de Camargo Antunes, mas se apaixonou pelo seu compadre, O Velho. Uma separação, para a época era algo impensável, então… por que não optar por um assassinato? Assim, dizem, O Velho matou José de Camargo e fugiu com Petronilha chegando então a região onde fundariam a futura cidade de Jundiaí.
Essa é apenas uma das versões da fundação da cidade de Jundiaí. As controvérsias dos detalhes da história são inúmeras, já que não há documentos que comprovam. De acordo com a tradição oral, haviam registros de que o casal fundou a Vila no Livro do Tombo da Cúria Metropolitana, em São Paulo. Mas em 1848, o local pegou fogo, perdendo todas as evidências sobre tal registro.
Mas esses não são os únicos registros investigados. Há documentos que dizem que O Velho estava no Sul do país em 1615, então, como estaria em Jundiaí?
Outros dados apontam que O Velho era vereador na Vila São Paulo e casou-se em 1616 com Catarina D’Horta, também na Vila São Paulo. Então, como poderia O Velho ter fugido com Petronilha em 1615? Afinal, quem foi a Petronilha?
Há uma outra versão da fundação de Jundiaí, na qual começou a circular em 1960. Essa envolve também um rapaz chamado Rafael de Oliveira, mas O Moço, filho do Velho com a sua primeira esposa chamada Paula Fernandes.
Em 1640, 250 pessoas chegaram em uma região desconhecida. 38 descendentes diretos de portugueses e cerca de 220 índios. Todos saíram da Vila São Paulo comandados pelo Moço e sua esposa, Maria Ribeiro.
Há também quem diga que o Velho indicou ao seu filho o local onde deveria ser construída a Vila de Jundiaí. Um antigo casebre construído pelo Moço em 1625.
Dizem que o Moço teria sido descendente de judeus e se convertido ao cristianismo.
Na época, o rei praticamente obrigava a conversão dos judeus para o cristianismo. Não conseguindo por bem, os judeus tinham um prazo para se converter. Haviam até conversões coletivas, onde os sobrenomes judaicos eram trocados para Oliveira, Carvalho, Macieira, Pereira, entre outros.
Não há muitas informações sobre O Moço, tampouco sobre sua personalidade ou relação com o pai.
Uma terceira versão já foi proposta para a história da fundação de Jundiaí, onde as informações são mínimas. Nesta, os créditos vão a Pedro Jorge e Francisco Gaia, onde, de acordo com o jornalista Benedito de Paula Certain, há documentos que provam que mesmo antes da chegada do Velho e Petronilha, Pedro Jorge e Francisco Gaia já haviam formado povoamento no Pico do Jaraguá, na região do Cajamar.
As histórias em torno da fundação de Jundiaí são inúmeras e a verdade completa ainda não foi descoberta. Um historiador chamado Pedro Taques teria escrito sobre a fundação da Vila, contudo, seu trabalho foi perdido em 1757, quando um terremoto destruiu Lisboa.
Outras pessoas dizem que os próprios jundiaienses destruíram os antigos documentos, já que a cidade era marcada por ter sido fundada por dois criminosos, no caso O Velho e Petronilha, e conhecida por ser a cidade dos amantes e amásios.
Atualmente, a versão mais aceita é a que a cidade foi fundada pelo Moço em 1640. Tanto que o aniversário da cidade é comemorado em 14 de dezembro, data em que Jundiaí foi transformada em Vila, pelo Moço. A alguns anos houveram discussões para alteração da data do feriado de dezembro para o dia 28 de março, data em que Jundiaí se tornou cidade. Contudo, há alegações de que essa mudança havia interesse puramente comercial.
Muitos mistérios ainda rondam a nossa cidade, e enquanto isso, ficaremos na dúvida.
Quem realmente fundou Jundiaí? Quem foi Petronilha? Qual a sua contribuição para a cidade? Será que realmente todos aqueles documentos foram perdidos? Quantos índios morreram para Jundiaí ser fundada?
As informações deste episódio foram baseadas nos estudos de Geraldo Gattolini. O link está disponível no feed deste podcast.
Narrações realizadas por: Julie Braghetto
Um oferecimento Agência io!.
FICHA TÉCNICA “Fundação de Jundiaí”
Roteiro: Julie Braghetto
Produção e narração: Julie Braghetto e Rafael Godoy
Edição: Matheus Oliveira
LINKS:
https://www.jundiainahistoria.com.br/
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