Muitos mistérios rondam a cidade de Jundiaí, vários deles serão abordados em outros episódios do podcast. Você sabia que o Teatro Polytheama já foi assombrado por fantasmas? Você já ouviu algo sobre? Ouça, comente, compartilhe e nos dê sugestões!
TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO
Olá!
Meu nome é Julie Braghetto e este é o Contatos Imediatos, podcast com a finalidade de divulgar histórias da cidade e de pessoas de Jundiaí. Hoje, falaremos sobre os Fantasmas do Teatro Polytheama.
“1911. Abro os olhos para a vida!
No meu peito um coração alegremente palpita!
As pessoas encantadas se acolhem em meus braços,
e observam seduzidas a beleza dos meus traços.
Ao descerrar minhas portas na primeira exibição,
os olhares curiosos mal disfarçam a emoção…
Uma roupa especial para o cavalheiro e para a dama;
todos querem conhecer o Teatro Polytheama”
Maria Emília Jubran Picciano
Respeitável Público, bem-vindos ao querido Polytheama!
Poly, muito. Theama, espetáculo. A palavra grega que significa muitos espetáculos foi o que incentivou Albano Pereira, em 1911, oferecer para a prefeitura de Jundiaí o projeto da construção de um pavilhão com diversas apresentações, como palhaçadas, equilibrismo, malabarismo, teatro, cinema e até o círculo de cavalinhos, um espetáculo equestre de rodeios. Este era o Pavilhão Polytheama!
Nos anos 20, o Polytheama foi considerado o maior teatro do Brasil. E o local era movimentado, viu?! Com vasta programação, o pavilhão era o ponto de encontro dos jundiaienses da época.
Entre os espetáculos, haviam 10 minutos de intervalo para que os espectadores tomassem um cafézinho e comessem as guloseimas, doces e pastéis vendidos em um botequim em frente ao pavilhão. Além de dar aquela xavecada, afinal, o local era muito frequentado por casais também.
Na época, o pavilhão chegou a apresentar peças como O Fantasma da Ópera, além de inúmeros filmes franceses e dinamarqueses, muito comuns naquele período.
Em 1927, para deixa-lo ainda mais formoso, o Pavilhão Polytheama passou por uma reforma, sendo reinaugurado no dia 21 de janeiro de 1928, tornando-se então o TEATRO Polytheama.
Daí em diante, o Polytheama se tornou invencível, recebendo apresentações de peças da Companhia Clara Weiss, famosa na capital paulista do séc XX. Outra programação que continuava a agradar os jundiaienses eram as sessões de cinema.
Filmes como “A volta de Sherlock Holmes”, ou “Uma noite no Rio”, com a querida Carmen Miranda já passaram pelo teatro. Até mesmo o filme alemão “Como Explicar ao Meu Filho?”, sobre educação sexual, foi transmitido. Mas com uma condição: o filme era somente para senhoras.
No entanto, a glória do Polytheama não durou para sempre.
Nos anos 70, por desinteresse das autoridades, o teatro Polytheama entrou em estado de abandono, sendo, inclusive, colocado à venda.
“Começou tua decadência,
Um gigante condenado à falência!
Desprezo total das autoridades,
Na UTI, um patrimônio cultural da cidade”
Antonio Mantovani Sobrinho
Foram anos se tornando ruínas… era triste de ver. O local era abrigado por pombos, animais e moradores de rua.
Até que no ano 1986, a arquiteta Lina Bo Bardi foi convidada pelo então prefeito, André Benassi a restaurar o teatro. Foram diversos estudos e projetos, trabalhos e pausas por questões políticas.
Em 1992, a arquiteta responsável Lina Bo Bardi faleceu, contudo, sua equipe retomou o projeto em 1993. Reinaugurando o novo Polytheama no ano de 1996.
Agora, o Teatro Polytheama está renovado, com uma fachada pintada de branco, evidenciando seus relevos somente pela luz; corredores com a originalidade dos antigos tijolos levam aos assentos laterais e camarotes; lustre que causa admiração em todos; uma galeria de arte onde há frequentes exposições e um novo foyer, com gigantes espelhos, um em frente ao outro, para confundir os fantasmas.
Isso mesmo! Há quem diga, que durante a última reforma do Teatro Polytheama, fantasmas rondavam o local, sendo comum o som de passos e a visualização de vultos. Sendo assim, dizem, os espelhos na entrada, são para confundir os fantasmas.
De fato, há algo incomum no Teatro Polytheama, afinal, seu espaço já foi abrigo para refugiados, já foi palco de muito amor, traição, morte, solidariedade, danças, sorrisos, gargalhadas, carnaval, discussões, política, decisões, orgias, miséria e terror.
Se há fantasmas do Polytheama? Isso não podemos afirmar. Mas uma coisa é certa: o Polytheama é vivo, pulsa com cada emoção transmitida lá. Seus fantasmas não devem ser motivos de temor, mas de confirmação da eternização de sua história.
“Entre paredes que nos acolhe
Brilha um mundo de espetáculo.
E para quem vive o momento,
Deixa-se levar pelos sentimentos,
Esquecendo-se das mágoas,
Do choro e da dor.
É o refúgio dos amargos da vida,
É um ponto de encontro encantador…”
João Luíz de Oliveira
Este episódio foi baseado nos livros Teatro Polytheama de Jundiaí e Teatro Polytheama de Jundiaí Poesias, ambos da Prefeitura da cidade.
Este podcast é um oferecimento da agência io!comunica. Se gostou, compartilhe. Se não gostou, envie seu feedback para nós no Facebook.
Aproveito para agradecer ao Tiago Pinheiro, voz masculina do episódio de hoje!
Até a próxima!
FICHA TÉCNICA
Roteiro: Julie Braghetto
Produção e narração: Julie Braghetto, Rafael Godoy e Tiago Pinheiro.
Edição: Matheus Oliveira
LINKS:
BIBLIOGRAFIAS
JUNDIAÍ, Prefeitura. (1996). Teatro Polytheama de Jundiaí.
JUNDIAÍ, Prefeitura. (2011). Teatro Polytheama de Jundiaí poesias.
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